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Recriar a vida a partir de múltiplas perspectivas



No próximo dia 01 de fevereiro retomo os atendimentos clinicos e nessa preparação refleti alguns aspectos sobre a psicanálise que gostaria de compartilhar com vocês.


A busca humana para lidar e explicar o sofrimento psíquico vem de longa data. Teorias genéticas e as neurociências se desdobram para identificar as afecções da alma, no entanto, com teses e hipóteses incompletas. Parece que a ciência sozinha não dá conta da subjetividade humana.

A ideia de que somos definidos ou por nossos genes, ou por sinapses cerebrais, cria um determinismo no qual pode valer como alavancas para criar as justificativas ao longo da vida.

Há ainda aqueles que justificam, que tal atitude ou jeito de ser tem origem inconsciente, buscando se eximir da responsabilidade da sua existência. Bem sabemos que o inconsciente não abona conduta alguma.

O que sabemos até aqui é que o nosso entorno, as experiências vividas, estas sim deixam marcas, que vão compondo a singularidade de cada um. Cada uma a seu modo, intensas, densas, suaves, adoecidas, de abandono, opressoras, autoritárias, delirantes, melancólicas, otimistas, amorosas, combinações infinitas podem se dar na construção de uma subjetividade.

Mesmo sabendo que a nossa história de vida pode nos determinar em algum grau, sempre teremos a possibilidade de recriar a vida de múltiplas perspectivas.

É com essa possibilidade que a psicanálise se alia. Não é gene, nem a sinapse, nem a história pessoal pregressa que determina a nossa vida por completo. O trabalho é sim, algumas vezes, de revistar o passado, para trazê-lo a consciência, avaliar e decidir como seguir.

É nesse sentido que sempre há muito trabalho a ser feito. É a beleza do processo que ao mesmo tempo é exigente, dá trabalho e demanda coragem.


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