E tudo começou quando a minha filha tinha 4 anos. Era véspera do Dia das Mães, ela tirou o presente feito na escola da pequena mochila e entregou com um sorriso estampado no rosto para.... a babá, ao invés de entregar para mim.
Eu vinha de uma história de trabalho em multinacionais, fazendo algo que eu gostava muito. Fui ganhando responsabilidade ao longo do tempo, algumas promoções e acumulando áreas para fazer gestão.
Não ter ganho aquele presente produziu um vulcão: o que é mais importante para mim? Como isso foi acontecer? É hora de reordenar o que tem valor para mim?
Eu tinha batalhado muito para ser mãe, mas batalhei muito também para ter aquele trabalho. Até aí nenhuma novidade, pois a vida em geral dá muito trabalho mesmo e exige batalha e insistência, certo?
Aquela fatídica cena (a do presente) produziu um vácuo em mim. Comecei a pensar sobre a minha origem. O que era valorizado na minha família era ter um emprego seguro e, talvez por isso, tivéssemos tantos exemplos no funcionalismo público. Nenhuma história ou referência de empreendedorismo por perto.
Mas a cena do presentinho batendo as asas permaneceu e sem eu perceber, aquele grito (e ao mesmo tempo ‘bronca’) da minha filha, que eu consegui escutar, criou o germe da mudança. Outros fatos aconteceram no meu trabalho, a reordenação ficou mais clara e um ano depois eu estava com portfólio pronto, CNPJ válido, site feito, network cultivada e muita coragem e otimismo para seguir caminho solo.
Sobre o que aconteceu, conto depois.
E você? Já teve a experiência de fazer a virada na sua carreira? Como foi, deixe aqui o seu relato.
Adoro escutar estas experiências.
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