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Os limites do coaching

Eu sou fã do coaching. Meu trajeto profissional aconteceu dentro de ambientes estruturados onde usualmente era questionado o que era o estado atual, o que era o estado futuro e o que seria necessário fazer para fazer isso acontecer (conhecido no meio como o famoso A3).


Estar nestes ambientes me ajudou na familiarização com o método.



E, em linhas gerais, podemos dizer que essa é a essência do coaching: construir as pontes que conduzem a pessoa do presente ao futuro. É claro, com algum ferramental adicional - perguntas abertas, escuta ativa, trabalho em cima do objetivo que se quer explorar, levantar quais são as opções, entender os obstáculos e decidir o que será feito a respeito.


Sim, este trabalho funciona. E ajuda muita gente a se organizar, a se escutar e tomar as ações em prol de si. Mas a prática tem me mostrado que algumas vezes o trabalho emperra. Tem algo na condução do coaching que as ferramentas tradicionais não conseguem capturar. E isso quase sempre tem relação com a história de vida daquele que está passando pelo processo, o coachee.


Tanto de um ponto de vista teórico quanto da prática (e minha observação) é possível dizermos que uma pessoa é o resultado de registros que aconteceram ao longo da vida. E muitas vezes a pessoa repete estas marcações sem se dar conta disso. Geralmente estas repetições respingam no ambiente profissional. Basta a escuta atenta e clínica sobre a trajetória da pessoa para identificá-las. Sabemos que coaching não é terapia, mas pode ser terapêutico.


Para destravar o processo, é importante que uma escuta atenta consiga ler as entrelinhas. Com esta leitura é possível colocar o que se repete em cima da mesa, para que o coachee possa olhar, examinar, e assim ter a possiblidade de agir em cima do tema. Sem este pré-requisito, o trabalho anda em círculos.


Coaching é muito bom, mas com escuta clínica, fica muito melhor.

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