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Para que serve um incômodo?


Para Freud, "o sentimento de culpa era a consequência dos atos de agressão de que alguém se abstivera." Ele desenvolve que em nome da manutenção de uma civilização, foi preciso recalcar a agressividade, aquilo que não era aceito pela cultura e pelo nosso eu.

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Nesse processo nasce toda a sorte de neurose e com ela o sentimento de culpa, remorso e os incômodos que nos acompanham.

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É justamente aí que podemos escolher dois caminhos. Tomar o incômodo de forma projetiva: "a culpa é do outro". "Me sinto assim por causa da atitude de fulano". Mas podemos usar esse incômodo como o fio de meada de uma investigação. Quando me incomodo com alguma coisa, costume pensar que esse sentimento é o meu sinaleiro. O que esta atitude despertou em mim para me gerar incômodo, culpa ou frustração?

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É precisamente aí que começa o trabalho analítico, o de investigação interna. O analista trabalha a partir deste "sinaleiro" e através da fala e da livre associação vai percorrendo o caminho investigando o significado deste incômodo para a pessoa. O processo é fascinante, trabalhoso, é verdade. Exige coragem. Mais que isso, fazer análise é um ato de coragem. Mas ao mesmo tempo é o melhor investimento que faço por mim mesma.

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